O procedimento denominado Útero Emprestado ou Gestação de Substituição consiste em adotar técnicas de Fertilização in Vitro (FIV) para gerar o embrião e, posteriormente, transferi-lo ao útero de outra mulher. Para isso, a gestante de substituição ou doadora temporária é previamente preparada com hormônios e se encarrega de levar a gestação adiante e, após o nascimento, entregar o bebê aos pais.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a doação temporária do útero não pode ter caráter lucrativo ou comercial e diferentemente da Doação de Óvulos (ovodoação) em que se exige sigilo, nesse caso, as pessoas envolvidas no tratamento com útero de substituição devem ter parentesco consanguíneo de até quarto grau com um dos parceiros.
Para quem é indicado o Útero Emprestado (Gestação de Substituição)
Inúmeras são as indicações desse procedimento, como ausência de útero, defeitos congênitos ou alterações que impeçam a gravidez, doenças maternas com alto risco de morte durante a gestação e consecutivas falhas de implantação prévias. O útero emprestado também é uma alternativa interessante para casais homoafetivos.
Passo a passo do Útero Emprestado (Gestação de Substituição)
O primeiro passo é agendar a consulta com um especialista para investigar minuciosamente possíveis impeditivos da gestação por meio de exames específicos, a exemplo do ultrassom transvaginal, histerossalpingografia, além de exames laboratoriais e hormonais.
Confirmados os impeditivos da gestação, pode-se optar pelo Útero Emprestado. Assim, o tratamento é feito da mesma forma que uma FIV habitual, ou seja, a paciente inicia um tratamento de indução da ovulação entre o 2º e 3º dia da menstruação com a administração de medicamentos orais ou injetáveis com o objetivo de recrutar um número maior de óvulos – e potencializar a capacidade fértil da mulher, sempre com acompanhamento de ultrassonografias seriadas.
Com a avaliação de diversos fatores, como tamanho dos folículos, velocidade de crescimento dos mesmos, desenvolvimento do endométrio, medicamentos utilizados, estudo de como são usualmente os ciclos da mulher, entre outras informações, decide-se o melhor dia para que os óvulos sejam retirados por meio de punção ovariana com uma agulha guiada por ultrassom transvaginal e levados ao laboratório para posterior fertilização. Nessa ocasião, o homem colhe o sêmen por masturbação ou, no caso de inexistência de gametas no sêmen, realiza uma punção ou biopsia dos testículos para retirá-los diretamente de onde são produzidos.
A partir disso, os espermatozoides são selecionados e concentrados e, então, adicionados aos óvulos para ocorrer a fecundação e formar os embriões. Diversamente à Inseminação Artificial (Intrauterina), na FIV, os embriões se desenvolvem em laboratório durante dois a cinco dias, quando, finalmente, serão transferidos ao útero da gestante de substituição.
Paralelamente, a mulher que receberá os embriões terá seu endométrio preparado com o uso de estrogênios e progesterona. A transferência para o útero da doadora ocorre por um procedimento semelhante ao do exame ginecológico, guiado por uma ultrassonografia para facilitar a localização do local onde o embrião será depositado. Após a trocar por transferência de embriões, a mulher permanece em repouso por 15 minutos e na sequência pode seguir suas atividades habituais, evitando esforço físico elevado por uma semana.
Passados 15 dias pode-se realizar o teste de gravidez para verificar se houve sucesso no tratamento.
Importante! Para casais homoafetivos masculino, ambos devem escolher quem fornecerá o sêmen, recorrer a uma doação anônima de óvulos para que sejam fecundados e, em seguida, contar com uma doadora temporária para receber o embrião e levar a gravidez adiante. Para casais homoafetivos feminino, por sua vez, ambas devem escolher quem terá a gravidez e optar pela doação anônima de sêmen.
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